quarta-feira, 21 de novembro de 2012

Como se prepara um caminhão de rali

No mais exigente rali do mundo, o Dakar, que terminou dia 15 em Lima, no Peru, os caminhões participam em categoria própria, pulando dunas, atravessando corredeiras e terrenos pedregosos a velocidades de até 150 km/h. E nas pistas da Fórmula Truck brasileira, um caminhão de corrida pode chegar a 240 km/h, disputando posições em curvas de alta de baixa velocidade mesmo pesando quatro toneladas e meia. Estes caminhões de competição são preparados para o desempenho esportivo. Mas derivam diretamente de caminhões normais, que no dia-a-dia transportam mercadorias pelos quatro cantos do mundo.
No Dakar, no qual a Iveco terminou em primeiro e segundo lugares na classificação final (chegou em primeiro em oito das 14 etapas da competição), a base da equipe Petronas-De Rooy-Iveco é o Iveco Trakker 4×4, um caminhão projetado para operações fora-de-estrada como mineradoras, construção pesada, plantações de cana de açúcar etc (que é produzido na Alemanha e no Brasil). O Trakker é muito forte desde seu projeto. O chassi é super-resistente e o motor, um Iveco-FPT Cursor 13, e a partir de uma base confiável pode-se criar máquinas de competição vencedoras.
O Trakker 4×4 do Dakar é 50 centímetros mais alto que o normal. A suspensão é de molas parabólicas, mas só com duas lâminas para ficar macio. Mas vem com dois amortecedores especiais por roda. Cada amortecedor de competição é quatro vezes mais forte que um comum, porque tem de aguentar o tranco na caída do caminhão e, principalmente, segurá-lo para que ele não saia pulando como uma bola depois de um salto em alta velocidade de uma duna, situação normal enfrentada por um caminhão em um rally.
Outra modificação é o motor, preparado pela FPT. Um motor Cursor 13 normal tem calibrações de potência ao redor de 500cv. Já o Iveco Trakker do rally ele vem com 900cv. E tem o dobro do torque de um caminhão de série: 4.000 Nm, disponível entre 1.200 e 2.800 rpm. Peças móveis como pistões e bielas são especiais e a parte eletrônica é especial. Você afunda o pé e ele sai como uma bala de canhão, joga seu corpo contra o assento, e o piloto quase não precisa trocar de marchas. isso o câmbio também muda: em vez de uma caixa com 16 velocidades, o Trakker de corrida precisa só de oito.
O eixo dianteiro também é diferente. Ele é de caminhão militar e traz integrado um sistema de controle de pressão dos pneus. Nas dunas de areia fofa, você pode esvaziar o pneus para 0,8 atmosfera, pois com o pneu murcho é mais difícil atolar. Num piso mais duro, pode encher com até oito atmosferas, para maior desempenho. A tração 4×4 pode ser dosada entre os eixos: no modo normal distribui a força 50%-50%, mas pode ser regulada 60%-40%, de acordo com a necessidade da prova ou estilo do piloto.


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